Ghiza: Minha avó pintava natureza morta, depois meu pai desenhava retratos e paisagens, cresci no meio de de fácil acesso. Meu pai é encadernador e coleccionador de livros, então papel e livros nunca me faltavam. Quando eu tinha 8 anos meu pai me levou levou ao MASP pela primeira vez. Nunca vou esquecer naquele dia eu vi "Os Retirantes" de Portinari e também "Rosa e Azul" Renoir. Nunca vou me esquecer da emoção que senti e também do quanto me senti minúscula perante aquelas obras tão incríveis...
Aline: 2) E quando você levou a sério esse caminho da arte? Foi bem antes da faculdade de educação artística? ou foi durante?
Ghiza: Eu sempre desenhei, mas assim, como qualquer criança desenha. Lá prós meus 16 anos as pessoas já comentavam que eu desenhava "legal" mas eu não levava muito a sério, porque queria ser actriz , escritora de teatro, fazer direcção e roteiro, essas coisas... foi na faculdade de Educação Artística onde tive um contacto maior com as disciplinas e professores que foram me conhecendo e me orientando. No segundo ano de faculdade já tinha optado por Artes Plásticas
Aline: 3) Você teve aulas com o Nelson Alves, mais conhecido com Nelves foi em conjunto a faculdade? Ou foi depois? como foi?
Ghiza: O Nelves apareceu muito depois na minha vida, uns 10 anos depois... Eu o conheci na Internet, eu já fazia retratos consideravelmente bem, mas faltava algo, um profissionalismo extra, uma qualidade superior. ele me orientou profundamente nisso.
Aline: 4) Pós-graduação em historia da arte, a arte tem farias interpretação? O que é a arte?
Ghiza: Definir o é arte é algo que não se esgota e você vai encontrar todo tipo de respostas. Para mim, particularmente, é uma linguagem, uma forma de expressão e comunicação. Seja um olhar sobre o mundo, sobre si próprio. Costumo, dizer, que a arte nos diz como são a coisas, mas também nos diz " como poderiam vir ser"
Aline: 5) Em relação Arte & Educação, você que já exerceu em escolas, acha que a disciplina esta sabendo fazer que os alunos se interesse por arte? Tem regiões do nosso pais Brasil que tem professores de outra área academia dando aula de arte, não estão dando importância a essa matéria?
Ghiza: Eu fiquei quase 17 anos em sala de aula esse ano abandonei. Porque não acreditei que a escola hoje, seja em qual for disciplina esteja sendo eficaz. Eu comecei a me sentir inútil em sala de aula. Tem muitos professores, guerreiros maravilhosos fazendo coisas lindas por ai. mas também tem muitos descaso do governo, da sociedade. o modo como os pais olham para os professores, a postura da sociedade ao tratar o professor, é muito decadente. eu saí da educação porque eu acho que esta tudo errado, mas ao mesmo tempo, eu não tenho a solução. entende? esta tudo errado, mas eu Ghiza, não sei o que fazer. Seria hipocrisia continuar... se eu encontrar uma escola que valorize o professor, que de importância para arte, esteja aberta a inovações e discutirmos juntos essas mudanças, eu gostaria muito. eu gosto de ensinar. Mas não gosto de me sentir impotente em sala de aula
Aline
: 6) Além de fazer desenho realista e pinturas, você também é ilustradora, qual é a diferencia entre desenho e ilustração?
Ghiza: A ilustração é usada para relatar algo. posso ilustrar uma historia, um crime, ilustrar e traduzir algo normalmente em sequência de desenhos. O desenho em si é algo livre de compromissos. é difícil explicar a diferencia, mas é mais ou menos isso. a ilustração segue um roteiro, uma mensagem a ser transmitida. O desenho pode ser qualquer coisa, é livre.
Aline: 7) Diga-nos desse seu estilo, essa nova perspectiva sobre a pintura, o hiper-realismo, como é e como surgiu essa ideia?
Ghiza: O hiper-realismo não é uma nova perspectiva, ele sempre existiu, ele é o berço da renascença. Eu comecei pelo desenho realista, e sou profundamente apaixonada por ele. Sem saber desenhar não posso pintar meu Pop Art, não posso fazer minhas idéias em outros estilos se eu estudar hiper-realismo partiu do movimento em que eu descobri que jamais seria uma boa artista qualquer em qualquer estilo se eu não soubesse desenhar o básico, comecei a ficar mais sério e detalhado ai me entreguei ao realismo. Mas não abandonei o pop art também, porque é a minha livre expressão.
Aline: 8) Com obras em outros países, tem alguma obra em especial, e onde estão espalhada seus trabalhos?Ghiza: Eu acho que você nasce artista ou não. A arte não é a técnica. A arte é a sensibilidade, é um funcionalmente cerebral que não consegue ser de de outro jeito, Eu não sei pensar de outra maneira, eu não sei andar pela rua sem notar coisas que ninguém nota, o artista tem uma cabeça que não descansa jamais é uma espécie de bênção e castigo. O fato de encontrar a sua linguagem artística é consequência. Se você gosta de pintura, ou desenho, ou musica ou sei lá deve experimentar. Se for a sua verdadeira linguagem você fará isso eternamente e não conseguirá mais para, não importando se as pessoas elogiam ou não. Não existe idade para esse encontro. Mas uma hora a arte te encontra. Não adianta ficar procurando apenas. É umas busca mutua. Você procura professores, livros, matérias, e tenta se dedica. Em algum momento nessa jornada e busca você vai perceber se a arte veio ao seu encontro ou não...
Ghiza: Todas as minhas obras são especiais, porque são únicas. Tenho trabalhos na Itália ,Berlim , Estados Unidos, Japão, Rússia. São especiais porque foram adquiridas por pessoas que não me conheceram pessoalmente. Elas apenas viram meu trabalho pela Internet, fizemos contacto, confiança e depois negociamos. são especiais porque me trouxeram amigos pelo mundo.
Aline: 9) Quais artistas que tem influenciaram, e de influenciam em seu estilo?
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